quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Renato Russo desnudo para todos nós!


Por Renata Moraes

Atualizado em 26/10/2017

Em cartaz até 28 de janeiro, o evento conta com acervo do apartamento onde o cantor viveu de 1990 a 1996, no Rio de Janeiro


Na véspera do feriado de 7 de setembro o MIS -Museu da Imagem e do Som, inaugurou a exposição em homenagem a Renato Russo, ícone do rock nacional da década de 80, líder da banda Legião Urbana.

Renato morreu em 11 de outubro de 1996, aos 36 anos, vítima de complicações provocadas pela Aids. Mas o seu legado e suas canções permanecem vivos nos corações de todos os seus fãs.

Já no início da mostra, o ambiente convida a mergulhar no universo do gênio urbano. Ao som da música Que país é este, o público é convidado a conhecer de perto os detalhes da vida de Renato.

A exposição reúne mais de 1000 itens, entre objetos pessoais, discos, livros, fanzines, letras de músicas, cartas de fãs, roupas, instrumentos musicais. Todo o acervo que estava no apartamento no bairro de Ipanema no Rio de Janeiro, que se manteve intacto desde a sua morte precoce.

A ideia de reunir todo esse material e apresentar ao público foi do filho único de Renato, Giuliano Manfredini (28), que procurou André Sturm em 2014, na época diretor do MIS e apresentou a proposta.  Foram três anos de preparação e separação.


A exposição está dividida em dois andares, já no primeiro andar recordações da infância de Renato Manfredini Júnior, seu nome no registro civil. Desde fotos de Júnior quando pequeno, como cartinhas, lições de casa até seu certificado de batismo e primeira comunhão. Sim Renato era católico, tinha até uma coleção de santinhos, como São Judas Tadeu, seu preferido.

A foto com a famosa Professora Tia Edilamar, que Renato Russo citava na música O Descobrimento do Brasil estava lá. Uma experiência imersiva na vida pessoal e no caráter de mil faces de Renato Russo.

Renato era um poeta, amante de livros, pintura e adepto da astrologia e com espiritualidade acentuada. Sua ligação com a arte além da música era intensa. A sala espelhada é um dos ambientes mais marcantes, lá estão reunidos os discos de Renato, que tinha um gosto musical bem eclético. Ele era fã de Beatles, The Smiths até Menudos. Nesta sala também tem seus livros prediletos, como O Apanhador no campo de centeio, de J. D. Salinger, Capitães da Areia de Jorge Amado, e autores como Fernando Pessoa e A Revolução dos Bichos, de George Orwell.

Cadernos de anotações, manuscritos e rascunhos das principais letras de música do Renato Russo, desde sua primeira banda, o aborto elétrico e sua juventude em Brasília estavam expostos. A coleção de camisetas das bandas de rock preferidas do legionário, assim também como a coleção de camisas floridas e a famosa bata branca em que Renato usava nos principais shows e aparições na TV. Os principais prêmios, discos de ouro e platina por vendagem de discos, reportagens emblemáticas da época também compõem o acervo.


Ali, Renato desnudado para o seu público!


O amor dos legionários fãs estava retratado em um tipo de caverna na escadaria, nas paredes estão colados milhares de cartinhas enviadas pelos fãs de todas as idades, as mensagens eram escritas a um Renato amigo, as pessoas ali declaravam seu amor e tratavam o ídolo como alguém da família. Neste espaço há um grande número de felicitações em 27 de março, dia do seu aniversário. Se Renato tivesse vivo hoje estaria com 57 anos.

Um outro espaço em que dá para passar horas é uma sala com exibição de videoclipes, envolto de panos brancos com a projeção da imagem de Renato, ao som das principais canções como Pais e Filhos, Eduardo e Mônica, Faroeste Caboclo entre outras. Aliás, em todos os ambientes da exposição o som ambiente entoado são sucessos da Legião Urbana, fazendo com que a experiência do público fã seja a mais emocionante possível.

O quarto onde Renato Russo passou seus últimos anos de vida no Rio de Janeiro. Um lugar simples, com uma cama de madeira, uma estante com seus livros de cabeceira, e até ursinhos de pelúcia. Tudo muito simples, simbolizando o final da vida do cantor.

O final da exposição se culmina com uma experiência em realidade virtual, com um videoclipe com diversos cantores entoando a música Tempo Perdido. Com certeza, visitar esta exposição não é perda de tempo. Vale muito a pena passar algumas horas rememorando o eterno Renato Russo. A exposição segue até 28 de janeiro de 2018, no MIS e as terças-feiras a entrada é gratuita.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Diretamente do Rio Grande do Sul Tchê!

Cilto José Rosembach, 62 anos, natural de Campo Novo, Três Passos (RS). O gaúcho escolheu a Terra da Garoa pra ser sua moradia em 1979. Cilto trocou a vida na roça pelo sonho de viver na cidade grande. E na grande metrópole ele deu continuidade ao caminho sacerdotal.
Foi ordenado padre da Igreja Católica Apostólica Romana em 10 de dezembro de 1988. Seu lema sacerdotal é: "Na caminhada do povo a serviço do Reino de Deus". O religioso é formado em Filosofia, Teologia, Pedagogia, também é Radialista, Comunicador Popular e Mestrado em Comunicação e Semiótica. 

Como ele mesmo define, a comunicação já estava em suas veias. Em 1995 fundou a Rádio Comunitária Cantareira, e também o jornal e a Associação que levam o mesmo nome. Hoje o padre comunicador vive em Perus, na periferia da zona noroeste de São Paulo. Mas nunca esquece sua terra natal, o Rio Grande de Sul, e os seus costumes. Impossível não encontrar em sua casa um delicioso e quentinho chimarrão, bebida feita da erva-mate, típica da cultura do Sul do país.

Morangos do Nordeste

Acostumado a lidar com as plantações e a lavoura de Sergipe, Antonio do Bonfim Santos, 71 anos, trouxe esse costume para a terra da garoa.
Ele trocou Sergipe por São Paulo em 1968, quando tinha 22 anos.
Antonio tem como hobby plantar morangos em sua casa. Numa pequena laje, que já está quase toda tomada pelo verde, ele cultiva morangos para o seu consumo e de sua família.
E os morangos são famosos, ele conta que já deu vasos e mudas destes morangos para muitos amigos e familiares. E com todo capricho e zelo toma conta de seu jardim suspenso da zona leste.
Além de retirar as folhas secas, ele ara a terra e rega os morangos, ali no alto da laje, ele também cultiva alface, almeirão, pimenta, hortelã, erva-cidreira, boldo, puejo, atroveran e outras diversas ervas que servem para chás.
Não tem uma pessoa que o visite e que não fique encantada com a variedade e a beleza da natureza apresentada ali.
Segundo contou o plantador, tudo começou com um pequeno vaso de morangos que ele ganhou de um amigo padre. “Cuidei com todo carinho e com todo prazer que eu tinha, e ele foi ‘fiando, fiando’, crescendo cada vez mais e aumentando o número de vasos”. Nisso já se vão 7 ou 8 anos.
Saudosamente Antonio recorda que em Sergipe ele já gostava de plantar, apesar da falta de água que assolava a realidade daquele lugar.
Ele só lamenta de não conseguir mais carregar os baldes cheios de água para regar suas plantas.
É porque no fundo de sua casa ele tem uma nascente de água potável, resquício do tempo em que o bairro era também mais verde, passando seu muro onde antes havia um riacho hoje há um córrego, e as marcas da falta de cuidado com a natureza nas áreas urbanas.
Seu Antônio faz questão que sua horta seja orgânica a ponto de nem usar água da torneira, mas hoje, para subir os baldes para a laje, ele conta com a ajuda de sua esposa, que busca a água na fonte.
É que foi em 2016 que a vida pregou uma peça em Antonio, um problema no coração, que resultou em uma cirurgia cardíaca: duas pontes de safena e uma ponte mamária. “Foi um grande susto, pensei que não ia sobreviver, mas graças a Deus deu tudo certo e já me recuperei bem”.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Da Brasilândia para Roma: Padre Luizinho é nomeado Superior Geral dos Monfortinos

Padre Luiz Augusto Stefani, SMM, aos 57 anos de idade e 32 anos de sacerdócio foi escolhido como o novo Superior Geral da Companhia de Maria (Missionários Monfortinos) em maio deste ano.



Padre Luizinho como é popularmente conhecido na Região Brasilândia, iniciou sua caminhada vocacional na Paróquia Nossa Senhora do Retiro, em Pirituba. É Mestrado em Teologia Espiritual pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Como missionário monfortino o sacerdote realizou missões em várias partes do mundo, desde a periferia da Região Brasilândia, onde aprendeu o caminho das comunidades eclesiais de base  (CEBs) na Paróquia Santa Rosa de Lima, de Perus. Também ajudou na fundação de algumas casas monfortinas em Minas Gerais: em João Monlevade e Contagem. Depois realizou missões no Peru por três anos, e mais seis anos em Roma como ecônomo geral e Procurador-Geral junto a Santa Sé. Em 2014 Padre Luizinho foi eleito Superior da Delegação Geral Peru-Brasil dos Monfortinos, até que recebeu esta nova nomeação.
Em entrevista a jornalista Renata Moraes, o sacerdote falou sobre os novos desafios e expectativas da nova missão.

No último dia 11 de maio, o senhor foi nomeado como novo Superior Geral da Companhia de Maria (Missionários Monfortinos), como o senhor recebeu esta nomeação?

Padre Luizinho: Foi uma verdadeira surpresa para mim. Eu não imaginava sair do Capítulo Geral Monfortino como Superior Geral da Congregação. Recebi essa nomeação com amor e temor. Amor, porque a eleição foi fruto de muita oração, dialogo e discernimento por parte dos padres capitulares. Temor, porque se trata de uma atividade missionaria cuja dimensão supera tudo aqui que fiz até hoje. Confio na promessa de Jesus: “Estarei convosco todos os dias até o fim do mundo”.

Quais os principais desafios em sua nova missão?
Acredito que exista um único grande desafio: falar uma linguagem compreensível para todas as diferentes culturas, dos diferentes países onde estamos em missão. Existem algumas prioridades para serem trabalhadas nos próximos seis anos e essas prioridades precisam ser assimiladas e encontrar respostas a partir de realidades e culturas específicas.

Padre Luizinho encontrou-se com o Papa Francisco após sua nomeação.

Ainda participando do Capítulo Geral da Companhia de Maria, o senhor esteve com o Papa Francisco, quais as principais questões que foram tratadas e qual foi a mensagem do Santo Padre para todos os missionários monfortinos?

O diálogo com o Papa Francisco no dia 17 de maio, apesar de ter sido muito rápido, não deixou de ser profundo. Fundamentalmente foram duas as questões principais. A primeira foi a de apresentar a Companhia de Maria como aliada missionaria no projeto da Igreja de hoje. Disse ao Papa Francisco o quanto o queremos bem e como os seus escritos, as suas palavras trazem um ânimo novo para o mundo de hoje. A segunda questão foi a de apresentar ao Papa a preocupação dos Monfortinos com os incontáveis grupos que promovem a Consagração a Jesus por Maria proposta por São Luís Maria de Montfort, que divulgam os seus escritos, mas interpretam de modo equivocado o sentido da mensagem do nosso santo fundador para os dias de hoje.


Hoje a Companhia de Maria está presente em mais de 25 países, qual o número aproximado de padres e missionários em todo o mundo?

No mundo todo somos por volta de 800 religiosos, padres e irmãos, espalhados nos cinco continentes.

A exemplo de vosso fundador São Luis Maria Grignon de Montfort, a Companhia de Maria segue a paixão por Cristo, por Maria, pelos pobres e pelas missões, como os missionários desenvolvem as novas vocações dentro da Congregação?

O motivo da existência da Companhia de Maria, Missionários Monfortinos, é a missão. A nossa missão é evangelizar. A missão da nossa Congregação é estar unida à missão de toda a Igreja. Mas temos o nosso jeito próprio: vamos às periferias do mundo, com um estilo “monfortino” de fazer missão. O nosso jeito é muito parecido ao que no Brasil chamamos de “missões populares”. Os pobres, preferidos de Deus, são os nossos preferidos também. Somos uma Congregação internacional, quer dizer, os religiosos de hoje e de amanhã vivemos ao “sopro do Espírito Santo” e estamos livres para ir lá onde o Espírito enviar. Portanto, as novas vocações que estão chegando á Companhia de Maria são daquele tipo de jovem que querem arriscar tudo por causa de Jesus Cristo.

Em 2016, foram celebrados os 50 anos da presença monfortina no Brasil, que atualmente está presente em São Paulo e em Minas Gerais, como aconteceu a chegada desses missionários em nosso país, e os principais frutos dessa missão, sobretudo na Região Brasilândia.

A chegada dos Monfortinos no Brasil não foi bem uma “chegada”, digamos que os primeiros monfortinos foram “chegando”. A pergunta nos faz mexer no baú da história, vasculhar a memória e recuperar aquilo que “nossos pais nos contaram”.
Vale a pena recuperar o contexto eclesial da época: a Igreja vivia o frescor do sopro do Espírito Santo, se estava concluindo o Concílio Vaticano II. O Papa Paulo VI pediu que todas Congregações religiosas olhassem missionariamente para fora da Europa. A Casa Geral do Monfortinos começou a receber pedidos de todos os lados pedindo missionários.

Um dos pedidos foi do então Cardeal de São Paulo, Dom Agnelo Rossi; a cidade precisava de missionários nas periferias e era um pedido de urgência. O pedido da Congregação foi enviado para os monfortinos da Holanda; naquela época a Província Monfortina holandesa tinha muitos sacerdotes e irmãos e já tinha enviado missionários para a Indonésia, Colômbia, Portugal e Moçambique.

Coincidentemente, o convite para enviar missionários para São Paulo chegou quando a situação em Moçambique estava se complicando politicamente, vários monfortinos foram expulsos e tiveram que abandonar o país. Foi então que, a partir do início de 1966, os monfortinos foram “chegando”. Chegaram os padres Guilherme Kuypers e Carlos Knibbeler, para uma primeira visita, para saber o que significaria a “periferia” de São Paulo. Seguindo os conselhos do Vigário Geral da época, decidiram preparar o caminho para ir a Perus. Em outubro do mesmo ano, 1966, foram chegando a Perus os primeiros missionários monfortinos holandeses: Irmão Bento e o Pe. Guilherme Kuypers. Pouco a pouco foram chegando outros padres, um grupo ficou em Perus e um outro foi para a Diocese de Lins, interior de São Paulo.

Com a divisão da Arquidiocese de São Paulo em regiões episcopais, pelo Cardeal Dom Agnelo Rossi, os monfortinos estavam na então Região Episcopal da Lapa. Foi em 1989 que Perus passou a pertencer à “caçula” Região Episcopal Brasilândia, tendo como Vigário Episcopal Dom Angélico Sândalo Bernardino.

Fale um pouco de sua biografia, os principais lugares que o senhor atuou em missão (inclusive a última missão como Superior da Delegação Brasil – Peru).

Nasci aqui na capital de São Paulo, na Vila Mirante, Pirituba. Meus pais, Jordão e Amélia, vieram do interior de São Paulo, Santa Rita do Passa-Quatro e Porto Ferreira. Sou o quarto filho de uma família de seis irmãos, os melhores irmãos do mundo.
Minha paróquia, Nossa Senhora do Retiro, me ajudou e me viu crescer na fé.
Fui formado como catequista na escola espiritual do senhor José Joaquim, fundador do Instituto Secular Catequistas de São José, santo homem. Tive grandes catequistas, dentre eles o senhor Mario Afonso, outro santo homem.

Em 1979 iniciei a minha caminhada de formação com os Missionários Monfortinos e estudei Filosofia no Mosteiro de São Bento, de São Paulo. O noviciado foi na Colômbia e a teologia foi no ITESP – Instituto Teológico São Paulo.

Em 1985 fui ordenado diácono e sacerdote na mesma paróquia Nossa Senhora do Retiro. Aprendi o caminho das comunidades eclesiais de base na paróquia Santa Rosa de Lima, de Perus.

A partir de 1988 continuei a minha caminhada internacional: fui estudar Teologia Espiritual na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Em 1993 ajudei na fundação de algumas casas monfortinas em Minas Gerais: em João Monlevade e Contagem.

Depois foram missões no Peru por três anos, mais seis anos em Roma: ecônomo geral, Procurador-Geral junto à Santa Sé. Quando voltei para o Brasil em 2011 e pensei ficar quietinho na Paróquia Santa Rosa de Lima de Perus, como pároco, fui eleito Superior da Delegação Geral Peru-Brasil.
Resumidamente essa foi a minha trajetória até agora. Deus seja louvado.
A partir do mês de agosto vou morar em Roma, mas continuarei com as “rodinhas nos pés”, assim como desejou São Luís Maria de Montfort dos seus missionários.

Aos jovens das nossas comunidades, rapazes e moças, eu convido a olhar para a vida religiosa missionaria como um caminho alegre de realização pessoal que os deixará felizes, como eu sou feliz, e terão a possibilidade de fazer muitas pessoas felizes ao receberam a alegre mensagem de Jesus Cristo.

Reportagem: Renata Moraes
Fotos: Arquivo pessoal Padre Luizinho

sexta-feira, 19 de maio de 2017

E se eu não tiver filhos? Qual o problema?

Começo este texto com uma grande indagação e indignação: Qual o problema de uma mulher não ter filhos? Se essa nunca foi a vontade dela?
O fato de ser uma mulher de 30 e poucos anos, divorciada, que voltou a morar com os pais, e sem filhos, não me faz menos importante ou menos mulher do que qualquer outra.
Há dias que esse fantasma da cobrança pela maternidade tem me assolado.
Tenho muitas amigas próximas que tiveram filhos recentemente, todas mães de primeira viagem! Uau! Isso é lindo, fantástico, é a beleza da vida brotando para cada uma delas. Sou super feliz pela escolha delas.
Mas,leiam coleguinhas,isso não quer dizer que eu também deva ter um filho.
Algo que eu nunca almejei pra minha vida, nem mesmo nos sonhos de adolescente. E isso não me faz menos mulher do que qualquer outra que seja mãe.Não sou feminista e nem lésbica, e se eu fosse também qual seria o problema? E isso também não é condição ou impeditivo para que essas mulheres tenham ou não filhos.Também não sou assexuada e nem celibatária!Só não quero ter filhos, posso fazer esta escolha Senhora sociedade? Obrigada, dinada!
É engraçado essa sociedade que te julga, hostiliza, menospreza e até causa um certo tipo de bullying pelo simples fato de você ser solteira e sem filhos.Vamos lá pessoal, sera que temos que desenhar ou gritar em praça pública? NÃO! Nós não somos extraterrestres, nem seres esquisitos e nem pessoas anormais. Só não queremos ter filhos!Qual o problema disso? Porque isso incomoda tanto? Somos tão mulheres quanto vocês!
Alguém de verdade já parou pra perguntar: “Hey moça você é feliz? O que te completa? Como vai sua vida?”.Ao invés de despejar esse desdém e piedade desnecessária pelo simples fato de você ser solteira e escolher não ter filhos! Sim! Essa é uma escolha que podemos sim fazer, não é questão de que não tivemos capacidade de gerar um filho!
Sabe o que vocês conseguem com isso tudo? Apenas humilhar, satirizar e desrespeitar as mulheres que assim como eu, tiveram a coragem de escolher caminhos diferentes daqueles que nos é proposto e imposto ao longo da vida!.E pasmem viu! eu não odeio crianças,pelo contrário gosto muito e as trato muito bem! Sou louca de amor pelo meu único sobrinho e faço de tudo por ele. Não belisco e não mordo crianças por aí.
Não deixo de ser mulher, por não querer ter filhos. Apenas entendam e respeitem essa minha vontade!



segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

FELIZ NATAL!....a milhas de distância


A rotina de quem já passou ou passará os festejos natalinos em outro país e longe família


Renata Moraes
jornalismorenata@gmail.com

“Santa Maria e São José não estavam em Nazaré quando Jesus veio ao mundo.
Eram peregrinos. O Natal é esta festa da acolhida, mas também é tempo de deixar-se conduzir por Deus. É o tempo de paz, de deixamos de olhar para o que deu errado durante o ano e olharmos com fé e amor; de esperança de fazer tudo melhor em um novo tempo que vai começar. É com esse espírito que viverei o Natal”.



Padre Alexandre Ferreira Santos, da Arquidiocese de São Paulo
Padre Alexandre Ferreira Santos,34, do clero da Arquidiocese de São Paulo, há três meses reside em Roma, na Itália, para concluir a Pós-graduação em Filosofia na Universidade Gregoriana. Esse será o seu primeiro Natal distante da família, mas ele não é o único. Milhares de brasileiros em 2015 passarão o Natal longe do País de origem. O Censo de 2010, do IBGE, revela que “existem entre 1 milhão a 3 milhões de emigrantes, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).” 
No Colégio Pio Brasileiro, em Roma, onde o Padre Alexandre mora atualmente, vivem mais de cem sacerdotes de todo o Brasil, cinco destes da Arquidiocese de São Paulo. O Padre acredita que essa é a época do ano que eles mais sentem a distância do Brasil,“mas isso acaba sendo um motivo a mais para abraçarmos a missão. Muitos padres estão indo para as paróquias em várias partes da Itália, para ajudar nas celebrações natalinas e fazer a experiência da ceia com as famílias. Para nós, é a oportunidade de perceber que fazemos parte de uma família bem maior, que é a Igreja”.

Mesmo longe de familiares e amigos em seu primeiro Natal fora do Brasil, o publicitário Jefferson André Damazio, 27, que há quatro meses mora em Dublin, na Irlanda, onde faz intercâmbio, está animado. “Será o primeiro Natal longe da minha família. Demorou um pouco para eu assimilar isso. Eles me fazem falta e sentirei saudades deles. Celebrarei o Natal na casa de uma amiga, e por mais diferente que possa ser, quero viver bem esse momento, pois sei que do outro lado do mundo meus familiares estarão bem e reunidos celebrando essa data”, comentou.


Jefferson André Damazio reside em Dublin, na Irlanda há 4 meses
Fernanda Raquel Bezerra de Oliveira, 27, saiu do Brasil há três anos para estudar e trabalhar na Irlanda. Recentemente, ela se mudou para a Inglaterra, mas ainda não se acostumou com a distância.“Minha família é grande, tenho familiares no Nordeste e em São Paulo. Na maioria das vezes,viajávamos de São Paulo até o Nordeste para passarmos todos juntos, sinto muita falta disso”. Fernanda já veio visitar a família em 2013 e também já recebeu a visita dos pais. Ela relata que isso ajuda a amenizar a saudade e a distância.


Fernanda Raquel saiu do Brasil há 3 anos e atualmente mora na Inglaterra.


Ajuda dos amigos e da tecnologia

Gisele Moraes morou na Irlanda durante um ano 
Fazer intercâmbio e ter a oportunidade de aprimorar conhecimentos em outro idioma sempre fez parte dos planos de Gisele Cavalcante Moraes, 30, analista de comércio exterior, algo que ela concretizou no último ano. “Realizei um sonho,mas passar o Natal longe da minha família foi uma experiência muito triste, ainda mais porque minha família é muito unida e preza muito por esta data, mas busquei apoio na companhia dos meus amigos intercambistas, que assim como
eu viveram a mesma situação no Natal passado”.





A internet e os meios de comunicação também são fortes aliados para que as pessoas consigam “driblar” a saudade e diminuir a distância. Todos os entrevistados citaram que utilizam-se dos aplicativos de mensagens instantâneas e de videoconferências para manter contato frequente com familiares e amigos, e é por meio da tecnologia que pretendem conciliar o fuso-horário para que mesmo virtualmente consigam celebrar o Natal com as famílias.
“Quem mora fora sabe a expectativa que é gerada nesta época, enquanto se aguarda pelo telefonema, e-mail ou mesmo uma mensagem no Facebook vinda de amigos e parentes. No fundo, a gente quer saber se ainda é lembrada e querida,se ainda faz parte da vida daqueles que estão do outro lado do oceano”, expressou a jornalista Luciana Damasceno, em artigo publicado no site Brasileiras pelo pelo
mundo. Luciana reside na Irlanda há cinco anos.

E na noite de 24 de dezembro?


Gisele está muito ansiosa para este Natal. Ela retornou ao Brasil em novembro e na Noite Santa celebrará o nascimento de Jesus junto de sua família.“Com muita fé, este ano vamos à missa na minha paróquia, para viver este Natal como sempre fazíamos: rezando juntos com os meus familiares, trocando presentes no amigo secreto e finalizaremos com uma linda ceia”.

Padre Alexandre, além do contato com sua família pela internet, encontrou outra forma de estar junto com os seus. “Tentarei compensar esta experiência do Natal longe da minha família, participando da Missa do Galo na Basílica de São Pedro junto com o Papa Francisco. Assim, terei a oportunidade de rezar por eles e por meio da santa missa formar essa comunhão que a própria festa do nascimento de Jesus significa”, sublinhou.

Já Fernanda disse que neste Natal ficará apenas junto com o namorado, já que ainda conhece poucas pessoas na Inglaterra. Jefferson, por sua vez, terá a ceia com os amigos. 

“Por mais que eu já tivesse claro a importância que a minha família tem, darei muito mais valor a todo e qualquer momento com eles de agora em diante”, comentou.


Ilustração Sérgio Ricciuto.

Reportagem publicada no Jornal O SÃO PAULO  na edição 3082 de 17 de dezembro de 2015



















domingo, 8 de novembro de 2015

A juventude chamada a construir uma nova sociedade



2 mil jovens participam do DNJ 2015, demonstrando a multiplicidade de carismas e atividades na Arquidiocese de São Paulo /Foto: Luciney Martins

Renata Moraes

jornalismorenata@gmail.com

"Estar nesse DNJ pra mim é comemorar um ano de vitórias. Eu participo do evento há seis anos, mas em 2014 eu não pude vir, pois estava internado. Foi quando descobri que estava com câncer.Eu procuro sempre estar na igreja,em comunhão com Deus e celebrando a vida. É isso que me mantém de pé e recarrega as energias para a batalha”.
Gabriel Alves de Morais, 21, há 11 meses faz tratamento de quimioterapia para combater um câncer no sistema linfático, em fase de metástase. Animado e na companhia dos colegas do grupo de jovens da Paróquia Divino Espirito Santo, da Região Belém, ele participou da celebração do Dia Nacional da Juventude (DNJ), na Paróquia Sant’ana, no domingo, 8.





Organizado pelo Setor Juventude da Arquidiocese de São Paulo, o DNJ teve a participação de cerca de 2 mil jovens, animados pelo tema “Juventude construindo uma nova sociedade”.Na missa de abertura do DNJ, o Cardeal Odilo Scherer, arcebispo metropolitano,falou aos jovens sobre a importância da participação na missa, como uma atitude cristã de fé; e citando o evangelho do dia (Mc 12, 38-44), sobre a passagem da pobre viúva que no templo doou tudo o que tinha, indagou-lhes: “E vocês jovens,quanto estão doando para Deus? Da sua vida e do seu tempo? O que sobra? Temos que dar tudo que temos. Amar a Deus sobre todas as coisas, como nos ensina o primeiro mandamento”, exortou o Arcebispo.
Dom Odilo também estimulou os jovens a dizerem “sim” às vocações ao sacerdócio ou ao Matrimônio. “Nós incentivamos sim a vocação religiosa, ao sacerdócio, mas também a formação da família. Vocês que estão pensando em se casar estão pensando em uma coisa boa, pois foi na Sagrada Família que o filho de Deus nasceu”, destacou.

Multiplicidade juvenil na vivência da fé



Em um testemunho público de fé, os jovens, após a missa, seguiram em uma
animada caminhada pelas ruas do bairro de Santana, ao som de canções religiosas,
até o Parque da Juventude, onde o DNJ teve sequência em tendas formativas, organizadas por temas e pastorais. Ao chegar, os jovens encontravam, na entrada do Parque, a tenda de adoração ao Santíssimo Sacramento exposto no altar. Mais adiante, estava a tenda de serviços sociais, onde as pastorais da Juventude, do Menor, Carcerária e o Vicariato Episcopal para o Povo de Rua reuniram os jovens para discutir em questões como a redução da maioridade penal e o significativo número de jovens encarcerados ou em situação de rua.
Uma tenda que não ficou vazia em momento algum foi a de Confissão, onde jovens faziam fila para receber esse sacramento. Já quem desejasse saber mais sobre a vocação, podia visitar a tenda de promoção vocacional organizada pela Pastoral Vocacional. Entre as 15 tendas espalhadas pelo Parque também estavam as que permitiam esclarecimentos sobre os riscos da ideologia de gênero e as ações da juventude em favor do diálogo inter-religioso. Os jovens também puderam se divertir com shows musicais, com apresentações de grupos de música das paróquias, pastorais e movimentos da Arquidiocese.“O grande fruto deste dia são os diversos carismas e as diversas formas de viver a nossa fé. Aqui vemos a força da nossa juventude. Que cada jovem se sinta reconhecido em sua identidade, consciente do seu papel na construção de uma nova sociedade”, destacou, ao O SÃO PAULO, Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Educação e a Universidade. No evento que demarcou os 30 anos do DNJ, os jovens também contaram com serviços de teste vocacional e de saúde e estética, como massagem corporal e limpeza de pele, ofertados pela Universidade Santana. A infraestrutura montada no Parque da Juventude foi doada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Houve também o apoio da Secretaria de Turismo da cidade de São Paulo.



COMO A JUVENTUDE PODE CONSTRUIR UMA NOVA SOCIEDADE?


"Temos que começar aos poucos,
fazendo a diferença em nosso meio.
Ajudando as pessoas que precisam.
Em nossa paróquia, realizamos o
‘Café da Manhã Solidário’, quando
levamos café às pessoas em situação
de rua. E nós procuramos fazer essas
pequenas coisas simples, pois a partir
delas podemos fazer muito mais”.

Yara Ramos Linhares, 15, da Paróquia
São Geraldo, na Região Sé 

“Não ser passivo diante das situações,
ter senso crítico, deixar a alienação
e deixar o comodismo. O jovem
precisa tomar o seu espaço e tomar
uma postura de quem tem o desejo
de mudanças, que acredita em seus
sonhos e que olha para o futuro como
algo perto que ele possa construir”.

Jovane Maciel, 27, consagrado de vida da
Comunidade de Aliança de Misericórdia.


"A mudança começa dentro da
gente. Vivemos um processo de
construção a cada dia. A partir do
momento que ajudamos o próximo
nas mais diversas formas, já estamos
construindo uma nova sociedade.
Construímos a civilização do amor
todos os dias quando encontramos
Jesus no nosso próximo”.

 Juliana Maria Teixeira, 19, da Pastoral
da Juventude da Região Brasilândia

"O primeiro passo para se construir uma nova sociedade, é observar os erros da atual para que, posteriormente, seja realizada uma nova estrutura que elimine as falhas. O segundo passo, é divulgar a ideia e atrair mais jovens para ela, pois em grupo, a probabilidade de dar certo é ainda maior. Tendo estes dois passos realizados, o terceiro, que nada mais é do que ter foco, força e fé, fica fácil. Sendo assim, não há quem negue que os jovens são o futuro da nação."

 Isabela de Camargo Gomes, 15 Pastoral do Crisma da Paróquia 
Nossa Senhora do Retiro- Região Brasilândia


“Ofertando minha vida pelos jovens,
evangelizando aqueles que não
conhecem a Deus. E a minha missão é
ir ao encontro deles para ter um novo
mundo”.
José Lucas Alves Passos, 20, da Comunidade Shalom


"Somos capazes de mudar, de ajudar
e melhorar as coisas sim, mas apenas
se isso acontecer primeiro dentro
de nós. Os jovens não são o futuro
da igreja, somos o presente e não
precisamos esperar o futuro para fazer
a diferença”.

 João Vítor Cortez Fernandes, 18,
do Movimento Escalada Pirituba
Pu vPu

Reportagem publicada no Jornal O SÃO PAULO, edição 3077,

de 11 de Novembro de 2015 

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nova“Não ser passivo diante das situações,ter senso crítico, deixar a alienação

e deixar o comodismo. O jovem

precisa tomar o seu espaço e tomar

uma postura de quem tem o desejo

de mudanças, que acredita em seus

sonhos e que olha para o futuro como

algo perto que ele possa construir”.

Jovane Maciel, 27, consagrado de vida da

Comunidade de Aliança de Misericórdiasociedade?’ Como a juventude

pode construir uma