quarta-feira, 23 de setembro de 2015

‘Dê sua voz à Palavra’

Renata Moraes
jornalismorenata@gmail.com




"Mais de 25 lugares, quase mil pessoas alcançadas pela Palavra de Deus. Foram paróquias, comunidades,conventos, colégios e universidades.Jovens, crianças, idosos,todos sedentos da Palavra de Deus”,expressou Gianfranco Mellino, 56,coordenador do SERMIG Arsenal da Esperança Dom Luciano Mendes de Almeida, na missa de encerramento da 5ª Vigília de Leitura Contínua da Palavra, no sábado, 19. A missa na sede do Arsenal da Esperança, no bairro do Brás, foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, e concelebrada pelo Padre Marcelo Delcin, pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários. Dom Odilo parabenizou os organizadores pela forma itinerante da leitura, sobretudo nos colégios, exortou a todos para que no próximo ano a vigília possa acontecer em mais paróquias da Arquidiocese de São Paulo, e reforçou a importância de sempre acolher a Palavra de Deus. Segundo Marco Vitale, 42, consagrado do Arsenal da Esperança,com a vigília itinerante, iniciada no dia 12, “nosso objetivo foi levar a Palavra de Deus para todos os cantos da cidade, com o tema ‘Dê sua voz à Palavra’, cada um com a sua voz e com sua vida, para que o mundo escute a Palavra de Deus”.                                                                                                     

Igreja em saída                                                                                                     
Para Mario Pereira Kroiss Filho, 39, da Paróquia Nossa Senhora dos Ferroviários, que participou da leitura orante em sua comunidade, a experiência foi marcante. “Sem dúvida,dois elementos se destacam: o discipulado e a missionariedade,fazendo ressoar a Palavra de Deus, mostrando que devemos viver a experiência de discipulado para levar a Palavra em todos os lugares”.Na Paróquia Santo Antônio, na Região Sé, a vigília de leitura orante da Bíblia aconteceu no dia 13. “Vimos neste convite a oportunidade de celebrar junto à comunidade a importância e o lugar da Palavra de Deus em nossas vidas, uma vez que, durante a semana, pouco ou nada se tem de contato com a Sagrada Escritura. Esses momentos fortalecem a unidade dos fiéis, alimentam a fé na Palavra de Deus e geram uma mentalidade orante em nossos paroquianos”, relatou o Padre Luiz Cláudio Braga, pároco.

Fruto da JMJ
A iniciativa da Vigília de Leitura Contínua da Palavra surgiu em setembro de 2011, por ocasião da acolhida da cruz e do ícone da Jornada Mundial da Juventude,no Arsenal da Esperança. Na primeira edição, os jovens leram os quatro Evangelhos; na segunda, os Atos dos Apóstolos e as Cartas Apostólicas: em 2013, houve a leitura do Pentateuco; e em 2014, dos Livros Históricos; neste ano,a vigília itinerante abordou os Livros Sapienciais.

Primeiros padres do SERMIG - Fraternidade da Esperança
Durante a missa de encerramento,Dom Odilo pediu aos fiéis que rezassem pela ordenação sacerdotal dos diáconos italianos Simone Bernardi, Lorenzo Nacheli e Andrea Bisacchi, que trabalharam no Arsenal da Esperança no Brasil e serão ordenados sacerdotes,em 3 de outubro, na Catedral de Turim, na Itália. Os futuros padres Lorenzo e Simone celebrarão a primeira missa no Brasil, em 15 de novembro, às 17h, no Arsenal da Esperança (rua Dr. Almeida Lima 900, Brás).

Reportagem publicada no Jornal O SÃO PAULO, edição 3070 de 23/09/2015

Cardeal Scherer: ‘Olhem para a vida com esperança’

Arcebispo de São Paulo festejou 66 anos, na segunda- feira, 21, e foi saudado por fiéis, religiosos e padres

Renata Moraes
jornalismorenata@gmail.com




Na Festa de São Mateus, Apóstolo e Evangelista, na segunda-feira, 21, o dia também foi de render graças a Deus pelo aniversário do Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, que completou 66 anos de vida.
No fim de semana, em diferentes encontros e missas que presidiu, o Cardeal foi parabenizado. No domingo, 20, a missa das 11h na Catedral da Sé foi em ação de graças pelo aniversário do Arcebispo. Dom Odilo agradeceu a Deus pela vida, saúde e pelo rebanho que lhe foi confiado, e pediu orações pelos aniversariantes do mês como também pela viagem apostólica do Papa Francisco a Cuba e aos Estados Unidos, iniciada no sábado, 19.
Ao refletir sobre as leituras da liturgia dominical, Dom Odilo destacou que os cristãos devem colocar-se a serviço dos outros: “quem quiser ser o primeiro, deve colocar-se em último lugar”, seguindo os ensinamentos de Jesus, Mestre e Servidor. Ele também exortou os fiéis a uma vida de fé e confiança em Deus.
O Cardeal saudou os integrantes da Pastoral das Pessoas com Deficiência, recordando que 21 de setembro é o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. “A deficiência não tira a dignidade de ninguém. Diante de Deus, somos todos filhos dignos e queridos. Se alguém possui algum tipo de deficiência, há muitas outras capacidades. Devemos ter toda a solidariedade e o respeito para ajudar essas pessoas”. Padre Luiz Eduardo Baronto, cura da Catedral da Sé, no final da missa, rendeu graças a Deus pela vida de Dom Odilo. “Agradecemos também sua mãe, Francisca Wilma Steffens Scherer, que há 66 anos o gerou, dando–lhe o dom da vida; à segunda mãe, a Igreja, pois neste seio o senhor renasceu com o sacramento do Batismo; e à Maria, Mãe de Jesus, que sempre lhe acolheu, e é hoje quem lhe socorre, sendo modelo de discípula”.


Orações e homenagens na Cúria Metropolitana



Na segunda-feira, 21, o Secretariado Arquidiocesano de Pastoral realizou uma confraternização na Cúria Metropolitana para comemorar o aniversário de Dom Odilo. O Arcebispo agradeceu o carinho de todos e deixou uma mensagem especial aos jovens. “Espero que todos vocês cheguem nesta idade, 66 anos. Vocês que estão no começo da vida, tenham força, coragem! Olhem para a vida com esperança. É bom viver. Vamos usufruir a vida, vivê-la intensamente, pois só temos essa vida, que é um ‘presentão’ de Deus. Está em nossas mãos esse dom precioso”, finalizou

Reportagem Publicada no Jornal O SÃO PAULO, edição 3070 de 23/09/2015

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Pelo reconhecimento dos direitos de 45,6 milhões de brasileiros

No Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, 21 de setembro, há razões para comemoração, mas ainda resta muito a ser conquistado

Renata Moraes


A pessoa com deficiência não deixa de ter eficiência. O deficiente não deixa de ser eficiente por causa da sua limitação, e é isso que nós ‘lutamos’ para mostrar. Lutamos para sermos reconhecidos como iguais, como pessoas com grande potencial e que conseguem se adaptar e, muitas vezes, realizar as mesmas tarefas que pessoas comuns com muito mais eficiência”, expressou Juliana Ferreira dos Santos, 34, administradora de empresas e estudante de Psicologia, que possui distrofia muscular, uma alteração genética degenerativa que causa perda de força muscular e de equilíbrio.
Juliana está entre os 45,6 milhões de brasileiros (23,9% da população) que possuem alguma deficiência, segundo dados do Censo de 2010. Em São Paulo, vivem 9,3 milhões de pessoas (2,7% da população paulista) com alguma deficiência auditiva, visual, motora, mental ou intelectual.



Superação reconhecida em lei

Juliana foi diagnosticada aos 17 anos com distrofia muscular de cinturas, o que faz com que os movimentos de seu corpo diminuam com o passar dos anos. Cadeirante há dois anos, ela tenta levar uma vida normal: estuda Psicologia, se diverte com amigos e participa do grupo de Teatro Emanuel, da Paróquia Santa Maria Madalena, na Região Belém. “Os amigos do teatro me dizem que eu os ajudo mais do que eles a mim, mas garanto que na hora de fazer força pra empurrar essa cadeira e subir e descer escadas, não sei o que seria de mim sem eles”, conta.
Juliana observa que na cidade de São Paulo existem muitas coisas para serem melhoradas para as pessoas com deficiência, sobretudo nas questões de acessibilidade e mobilidade urbana. Ela possui um veículo adaptado, mas conta que muitos amigos reclamam da acessibilidade no transporte público. “É muito mais fácil se locomover com a cadeira de rodas na Avenida Paulista do que na minha rua, por exemplo”.
A mesma queixa de acessibilidade fazem Shirlei Ferreira Santos, 38, e Sidnei Pires dos Santos, 53, deficientes visuais, casados há oito anos. “Temos muita dificuldade de andar nas ruas. As calçadas são ruins, não há semáforos inteligentes e, na maioria das vezes, dependemos da caridade das pessoas em nos ajudar para atravessar a rua”, relatou Shirlei. Para ela, o metrô ainda é o melhor transporte, pois sempre obtém ajuda dos funcionários.
Sidnei sente dificuldades ao usar o sistema de ônibus, pois sempre depende das pessoas para ler o itinerário.
Para Juliana Ferreira há coisas positivas em favor das pessoas com deficiência, como a isenção de impostos para a compra de veículos, o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras), o uso do ‘braile’ para os deficientes visuais e a oficialização, pela lei federal nº 11.133/2005, do dia 21 de setembro como o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. A data, oficializada há dez anos, foi escolhida em 1982, durante um encontro nacional promovido por movimentos sociais que atuam com as pessoas com deficiência, e tem por objetivo de divulgar as lutas por inclusão social.



Recomendações da ONU ao Brasil

Para retratar a realidade das pessoas com deficiência no Brasil, o ministro chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Pepe Vargas, e representantes do Estado brasileiro estiveram em Genebra, na Suíça, nos dias 25 e 26 de agosto, no Comitê da ONU sobre Direitos das Pessoas com Deficiência (CRPD).
No dia 4 deste mês, o Comitê divulgou observações sobre o relatório apresentado pela comitiva de autoridades brasileiras. Apesar de elogiar alguns avanços nas políticas públicas voltadas ás pessoas com deficiência, o CRPD recomendou a adoção de legislação, políticas e programas interssetoriais para responder às múltiplas formas de discriminação contra as pessoas com deficiência, especialmente crianças, mulheres, afrodescendentes e indígenas. Indicou, ainda, a necessidade de melhorias nas políticas de educação, saúde, trabalho e emprego, participação na vida cultural, recreação, lazer e esporte para a plena garantia dos direitos dessa população.


Prefeitura afirma trabalhar por uma cidade mais inclusiva

A Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPED), por meio de sua assessoria de imprensa, apresentou à reportagem alguns dados sobre as ações da atual gestão voltadas para as pessoas com deficiência.
Em maio, foi anunciada a adequação de 1 milhão de m2 de calçadas até o final de 2016.  “As obras já estão em andamento na região central e em diversos bairros da cidade, principalmente em zonas periféricas, e são executadas pelas subprefeituras. Até outubro, haverá uma consulta pública para a instalação de 125 semáforos sonoros na cidade, que vão oferecer mais segurança e autonomia a pedestres com deficiência visual. Em relação aos ônibus, no início desta gestão, a frota municipal acessível era de 59% e hoje, 84% dos veículos já são adaptados”, informou a Secretaria.
Na educação, conforme a Secretaria, houve ampliação de 24,5% no número de Salas de Apoio e Acompanhamento à Inclusão (480 salas) e de 92,3% na quantidade de professores de apoio à inclusão (cem pessoas). Na Saúde, já foram habilitados 19 Centros Especializados em Reabilitação, que oferecem um atendimento integral e multidisciplinar à pessoa com deficiência física, visual, auditiva e intelectual.
Em 2011, foi lançado em âmbito federal o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Viver sem Limite, que tem a meta de implementar novas iniciativas e intensificar ações já desenvolvidas em benefício das pessoas com deficiência.
“O Estado de São Paulo não aderiu ao Plano Nacional, ao contrário do que fez a Prefeitura logo no início desta gestão. Desta forma, a política municipal para pessoas com deficiência, o ‘São Paulo Mais Inclusiva’, segue as diretrizes do Viver Sem Limite”, afirmou, ao O SÃO PAULO, Mariane Pinotti, secretária da SMPED.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência não respondeu aos questionamentos sobre adesão ao Viver Sem Limite. (RM)


Pastoral atua contra isolamento e exclusão social das pessoas com deficiência

Fundada em 2006, ano em que a Campanha da Fraternidade teve como tema “Fraternidade e Pessoas com Deficiência”, a Pastoral da Pessoa com Deficiência da Arquidiocese de São Paulo atua por uma cultura de acessibilidade e acolhimento nos espaços físicos e de comunicação nas paróquias para as pessoas com deficiência.
Segundo Carlos Campos, coordenador da Pastoral, a missão é “fortalecer as pessoas com deficiência para que saiam do isolamento e da exclusão social, assumindo o papel de protagonistas da própria história, para libertarem-se da condição de assistidos e ascenderem à posição de evangelizadores”.
Uma das conquistas desta pastoral desde maio deste ano é que as missas das 11h de domingo na Catedral da Sé são traduzidas em Libras para os deficientes auditivos e há, ainda audiodescrição para os deficientes visuais. Na Paróquia Nossa Senhora do Bom Parto, na Região Belém, todo terceiro sábado de cada mês, acontece a missa inclusiva voltada especialmente para as pessoas com deficiência. (RM)

Reportagem publicada no Jornal O SÃO PAULO edição 3069
16 a 22 de setembro de 2015








sábado, 12 de setembro de 2015

A fé sempre, mesmo diante das dificuldades



Casal Márcio e Miraíldes junto aos filhos Carlos Miguel e Maria Clara.
No domingo, 23, o quarto do mês de agosto, a Igreja recorda a vocação dos leigos e leigas, que em meio aos seus compromissos encontram tempo para se dedicar aos trabalhos voluntários e à atuação pastoral. 

Esse é o caso de Márcio Aparecido Maffei, 46. Ele é motorista, tem cinco filhos e participa da Paróquia Santa Maria Madalena, na Região Belém. Em entrevista ao O SÃO PAULO, ele contou sua história de vida e de experiência de fé. Quando jovem, fez parte da Pastoral da Juventude e na fase adulta ajudou a fundar a Comunidade Dom Oscar Romero, da Paróquia Santa Maria Madalena. 

 Atuou nos encontros de jovens com Cristo, e nos últimos anos colaborou em diversas atividades pastorais, sobretudo no trabalho com antigo pároco, Padre José Carlos dos Anjos. 

Há oito anos, Márcio é casado com Miraíldes Santana dos Santos Maffei, 32, e com ela adotou Maria Clara, 4, ainda quando era bebê, e gerou a vida a Carlos Miguel, em outubro de 2014, que assim que nasceu foi diagnosticado com Tetralogia de Fallot, que é uma má-formação congênita do coração. 

Carlos Miguel começou tratamento médico no Instituto do Coração (Incor), onde permaneceu internado durante nove meses, recebendo alta no último dia 3, após passar por sete cirurgias, dentre elas uma traqueostomia (abertura na traqueia para permitir a passagem do ar) e uma gastrostomia (abertura do estô- mago para receber alimenta- ção via sonda). As dificuldades não fizeram o casal esmorecer na fé. Devotos de Nossa Senhora Aparecida, eles continuaram a rezar o Terço e entregaram a vida de Carlos Miguel à Virgem Maria.

‘Deus é maior que todos os nossos problemas’

A volta do filho Carlos Miguel para casa ajudou a atenuar a dor que Márcio sentiu em abril pelo assassinato de outro filho, Caio Maffei, 20. “Foi o pior momento da minha vida, meu chão caiu”, expressou. Diante de mais uma situação de dor, ele não perdeu a fé e garante que em sua oração a Deus obteve consolo. “Eu creio que Deus é maior que todos os nossos problemas, sejam quais forem eles, pequenos ou grandes. Deus sempre será maior que eles.

Evangelização via redes sociais

 Por meio das redes sociais, Márcio dedica algum tempo diariamente para enviar aos seus amigos o Evangelho do dia, sempre acompanhado de uma mensagem de fé. “Eu acredito sempre no amor, o amor é a única maneira de mudarmos o mundo. Deus sempre tem feito coisas boas na minha vida. Mesmo diante de todas essas batalhas, eu encontrei ajuda e apoio de muitos anjos bons”, garantiu.

Reportagem Publicada no Jornal O SÃO PAULO
19/08/2015


Movimento Escalada: Igreja jovem presente em todos os lugares


Jovens de Pirituba durante missa de envio no domingo, 30 de Agosto. Créditos da foto: Carolina Leandro


“Vocês estão em muitos lugares onde talvez os colegas, os amigos de vocês, não escutam falar de Jesus. Então, que eles vejam Jesus por meio da vida de vocês. Esse é o sinal da Igreja jovem. Esse é o sinal da Igreja presente em todos os lugares”, assim expressou Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, durante missa de envio dos jovens do Movimento Escalada Pirituba, em 30 de agosto, na Paróquia Nossa Senhora do Retiro, no Setor Pereira Barreto. Todos os anos, os jovens de Pirituba, junto com os jovens de Alphaville e de Araras (SP) participam do retiro anual do Movimento Escalada, e durante três dias vivenciam uma experiência de encontro pessoal com Cristo. “São jovens de realidades bem diferentes que acabam criando laços de amizade e mostrando que a fé que nos une é mais importante do que diferenças sociais e culturais”, disse Rene Rodrigues, que integra a coordenação do Movimento Escalada, em Pirituba.
O movimento foi criado pela Irmã Gilia Eiras, em 1970. Ela reuniu um grupo de jovens de diversas classes sociais, em uma casa de retiro no interior de São Paulo, para viverem um final de semana diferente, em clima de oração. Eles faziam reflexões ao ar livre, em contato com a natureza, contemplando o pôr do sol, e ao final do retiro escalavam uma montanha. Assim nasceu o Escalada.

‘Ser pessoa em clima de oração’

Com o objetivo de despertar o jovem para a Missão de Jesus no meio em que vivem, e a convidá-los a participar da vida em comunidade de suas paróquias e pastorais, o movimento tem como caráter convocar o jovem a “ser pessoa em clima de oração”, em todos os lugares que o jovem estiver, seja em casa, na escola, no trabalho, na Igreja e na sociedade.
O encontro fez sucesso, cresceu e se expandiu para Brasília (DF) e Vitória (ES). O roteiro e orientações das atividades e palestras para o encontro de jovens eram passadas por cartas pela Freira. Foi implantado em Salvador (BA), em 1978, e, desde então, passou a espalhar-se por outras cidades do Brasil. No início, não existia uma estrutura de pós-encontro e apenas um único encontro era realizado por ano nas cidades. O Escalada só ganhou a dimensão de movimento em 1988, em Salvador, quando os alpinistas (que é o nome dado às pessoas que já participaram do retiro) resolveram concretizar a organização “pós-escalada”, realizando encontros semanais e após a criação de projetos pastorais.

Movimento Escalada em São Paulo

Apesar de ter surgido em São Paulo, o Movimento encerrou suas atividades temporariamente em 1983. Porém, continuou a atuar nos demais estados. Em 1999, Alberto de Moura Ribeiro, atual conselheiro do Movimento, que participava do Escalada em Salvador, se reuniu com a Irmã Gília e retomaram as atividades com participação de jovens do bairro de Pirituba, Araras, Alphaville e do centro da capital.
Atualmente, o Movimento Escalada se divide em localidades, sendo elas: Pirituba (na Paróquia Nossa Senhora do Retiro, na Região Brasilândia), em Araras (na Basílica Menor de Nossa Senhora do Patrocínio) e em Alphaville (na Paróquia Bom Pastor).
Na Região Brasilândia, o Escalada evangeliza a juventude há 16 anos. Além do retiro anual, os participantes se encontram semanalmente no grupo de jovens e atuam nas pastorais e movimentos da Paróquia Nossa Senhora do Retiro, sobretudo na liturgia e no canto. “No início, os jovens se reuniam apenas para preparar o encontro. Com o tempo, fomos evoluindo. Então, em 2006, com o apoio e a orientação do Padre Reinaldo Torres, então pároco, passamos a nos integrar nas atividades pastorais da Paróquia, Setor e Região. Criamos o grupo de jovens e fortalecemos os vínculos com a comunidade. Essa foi uma transição importante para o Movimento e para a localidade”, relatou Rene Rodrigues.

‘O amor nasce a cada manhã’

Entre os dias 5 a 7 deste mês, 120 jovens das três localidades participaram do retiro anual do Movimento, no Mosteiro de São Bento, em Vinhedo (SP). Dentre esses, 50 são de Pirituba e região. Com o tema “O amor nasce a cada manhã” e acompanhados pelo Padre Reinaldo Torres, pároco da Nossa Senhora do Rosário de Fátima e orientador espiritual do Movimento, e pelo Padre Natanael Pires, pároco da Nossa Senhora do Retiro, os jovens vivenciaram dias de oração, encontro pessoal com Deus, partilhas e amizade. Tiago Vinícius Andrade, 24, da Paróquia São Judas Tadeu, na Vila Miriam, aceitou o convite para participar do retiro depois de muita insistência dos amigos. “Para mim, o retiro foi mágico, fui sem nenhuma expectativa e volto com o sentimento de que preciso evangelizar mais”. Para a coordenação do Movimento em Pirituba, o importante é que a partir do retiro, os jovens comecem a evangelizar outros jovens, para que assumam trabalhos pastorais em suas comunidades “Ser uma porta de entrada para a Igreja. Mostrar ao jovem que ele tem espaço e que a Igreja possui diversos serviços com os quais ele pode se identificar e se dedicar. Nós incentivamos para que o jovem crie essas raízes em sua comunidade”, encerrou Rene Rodrigues. “O retiro espiritual proporciona, além de uma formação católica, uma formação pessoal, um momento no qual a pessoa se olha por dentro e por fora e descobre o que é ser pessoa em clima de oração, e consegue entender o quanto ela deve ser melhor para si mesmo e para os outros a cada dia”, expressou Tomaz Lourenço, também da equipe de coordenação do Movimento Escalada Pirituba.

Reportagem Publicada no Jornal O SÃO PAULO, de 09/09/2015