Por
Renata Moraes
Atualizado em 26/10/2017
Em cartaz até 28 de janeiro, o evento conta com acervo do
apartamento onde o cantor viveu de 1990 a 1996, no Rio de Janeiro
Na
véspera do feriado de 7 de setembro o MIS -Museu da Imagem e do Som, inaugurou
a exposição em homenagem a Renato Russo, ícone do rock nacional da década de
80, líder da banda Legião Urbana.
Renato morreu em 11 de outubro de 1996, aos 36 anos,
vítima de complicações provocadas pela Aids. Mas o seu legado e suas canções
permanecem vivos nos corações de todos os seus fãs.
Já no início da mostra, o ambiente convida a mergulhar
no universo do gênio urbano. Ao som da música Que país é este, o público é
convidado a conhecer de perto os detalhes da vida de Renato.
A exposição reúne mais de 1000 itens, entre objetos
pessoais, discos, livros, fanzines, letras de músicas, cartas de fãs, roupas,
instrumentos musicais. Todo o acervo que estava no apartamento no bairro de
Ipanema no Rio de Janeiro, que se manteve intacto desde a sua morte precoce.
A ideia de reunir todo esse material e apresentar ao
público foi do filho único de Renato, Giuliano Manfredini (28), que procurou
André Sturm em 2014, na época diretor do MIS e apresentou a proposta. Foram três anos
de preparação e separação.
A exposição está dividida em
dois andares, já no primeiro andar recordações da infância de Renato Manfredini
Júnior, seu nome no registro civil. Desde fotos de Júnior quando pequeno, como
cartinhas, lições de casa até seu certificado de batismo e primeira comunhão.
Sim Renato era católico, tinha até uma coleção de santinhos, como São Judas
Tadeu, seu preferido.
A foto com a famosa
Professora Tia Edilamar, que Renato Russo citava na música O
Descobrimento do Brasil estava lá. Uma experiência
imersiva na vida pessoal e no caráter de mil faces de Renato Russo.
Renato era um poeta, amante
de livros, pintura e adepto da astrologia e com espiritualidade acentuada. Sua
ligação com a arte além da música era intensa. A sala espelhada é um dos
ambientes mais marcantes, lá estão reunidos os discos de Renato, que tinha um gosto
musical bem eclético. Ele era fã de Beatles, The Smiths até Menudos. Nesta sala
também tem seus livros prediletos, como O Apanhador no campo de centeio, de J.
D. Salinger, Capitães da Areia de Jorge Amado, e autores como Fernando Pessoa e
A Revolução dos Bichos, de George Orwell.
Cadernos de anotações, manuscritos e rascunhos das
principais letras de música do Renato Russo, desde sua primeira banda, o aborto
elétrico e sua juventude em Brasília estavam expostos. A coleção de camisetas
das bandas de rock preferidas do legionário, assim também como a coleção de
camisas floridas e a famosa bata branca em que Renato usava nos principais
shows e aparições na TV. Os principais prêmios, discos de ouro e platina por
vendagem de discos, reportagens emblemáticas da época também compõem o acervo.
Ali, Renato desnudado para o
seu público!
O
amor dos legionários fãs estava retratado em um tipo de caverna na escadaria,
nas paredes estão colados milhares de cartinhas enviadas pelos fãs de todas as
idades, as mensagens eram escritas a um Renato amigo, as pessoas ali declaravam
seu amor e tratavam o ídolo como alguém da família. Neste espaço há um grande
número de felicitações em 27 de março, dia do seu aniversário. Se Renato
tivesse vivo hoje estaria com 57 anos.
Um
outro espaço em que dá para passar horas é uma sala com exibição de
videoclipes, envolto de panos brancos com a projeção da imagem de Renato, ao
som das principais canções como Pais e Filhos, Eduardo e Mônica, Faroeste
Caboclo entre outras. Aliás, em todos os ambientes da exposição o som ambiente
entoado são sucessos da Legião Urbana, fazendo com que a experiência do público
fã seja a mais emocionante possível.
O
quarto onde Renato Russo passou seus últimos anos de vida no Rio de Janeiro. Um
lugar simples, com uma cama de madeira, uma estante com seus livros de
cabeceira, e até ursinhos de pelúcia. Tudo muito simples, simbolizando o final
da vida do cantor.
O
final da exposição se culmina com uma experiência em realidade virtual, com um
videoclipe com diversos cantores entoando a música Tempo Perdido. Com certeza,
visitar esta exposição não é perda de tempo. Vale muito a pena passar algumas
horas rememorando o eterno Renato Russo. A exposição segue até 28 de janeiro de
2018, no MIS e as terças-feiras a entrada é gratuita.
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