Neste
mês das Missões, O SÃO
PAULO apresentará uma série
de reportagens sobre experiências missionárias. A primeira é sobre a vivência,
durante um mês, dos diáconos transitórios João Henrique e Wellington, em uma
diocese na Amazônia
“Durante
a Semana Missionária da Diocese de Castanhal, no Pará, em uma das noites, eu
presidi a Adoração ao Santíssimo Sacramento. As pessoas vieram de diversas
comunidades rurais e se reuniram numa comunidade sede. De repente, avistei dois
caminhões chegando lotados de gente em suas carrocerias. Eram pessoas vindas de
vários lugares, fora aquelas que vieram caminhando pela estrada, por mais de 4
km a pé, simplesmente para participarem daquele momento de oração. Foi muito
bonito de ver aquela praça lotada de gente, adorando a Deus”.
A
recordação é do diácono João Henrique Novo do Prado, 26, que de 24 de agosto a
27 de setembro, participou de uma experiência missionária na diocese localizada
na região amazônica, com o diácono Wellington Laurindo, 32.
Os
diáconos transitórios foram acolhidos pelo Padre Fabiano de Souza Pereira,
presbítero da Arquidiocese de São Paulo, que está em missão na Diocese de
Castanhal desde janeiro de 2014, na Paróquia São Sebastião, na cidade de
Igarapé-Açú.
Os
futuros sacerdotes visitaram a maioria das 45 comunidades pertencentes à
Paróquia, cuja matriz está em Igarapé-Açu, município com 37 mil habitantes.
Além de rezarem e levarem a Palavra de Deus nas casas, os diáconos ouviram os
relatos das pessoas, conheceram suas realidades sociais, econômicas e,
sobretudo, as experiências de fé. Com o próprio
testemunho de vida, também serviram de motivação para que cinco rapazes e uma
moça expressassem o desejo de iniciar discernimento vocacional para a vida
religiosa.
O convite para a experiência missionária foi dos padre formadores
dos diáconos e do
Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, para que os dois pudessem
conhecer uma realidade diferente da vivida na Igreja em São Paulo. “Fomos de
coração aberto, não criamos muita expectativa e fomos surpreendidos com tudo
que vivemos”, expressou o diácono Wellington.
Uma
Igreja missionária, acolhedora e generosa
Nos
quase 30 dias de missão, a rotina começava cedo: às 5h30, os fogos de artifício
já anunciavam que era o momento da celebração. Após o café da manhã, os
missionários partiam para as visitas nas casas nas comunidades ribeirinhas, juntamente
com um grupo de jovens, em cima da carroceria de uma caminhonete. Ao final de
cada dia, acontecia a missa.
“Encontramos
na Amazônia uma Igreja missionária, acolhedora e generosa. Eles mesmos se dispõem
e se reúnem para visitar as famílias, se organizam para fazer a celebração da Palavra
e os momentos de oração”, recordou o diácono João Henrique.
Para
o diácono Wellington, a dedicação e o comprometimento do povo com a vida
comunitária foi algo que o surpreendeu. “Algumas comunidades só tem a
realização de missa a cada três meses. Ainda assim, eles se reúnem todos os
domingos para a celebração da Palavra, e durante a semana para fazerem novenas,
reza do Terço e a lectio divina.
(leitura orante). Uma senhora chegou numa comunidade com os pés machucados,
depois de andar 4 km a pé para celebrar a Palavra. É muito viva a fé do povo”.
Frutos da Missão
Para
os diáconos transitórios, a experiência missionária serviu para o avivamento da
fé e foi essencial no período final da formação ao sacerdócio, uma vez que
serão ordenados padres em 5 de dezembro, às 15h, na Catedral da Sé.
“Estar junto do povo, caminhar junto, sentir as suas dores e suas
alegrias. Cuidar das ovelhas que Deus os confiou”, expressou o diácono João Henrique. “E ter o cheiro das
ovelhas, conforme pediu Papa Francisco aos sacerdotes”, finalizou o diácono
Wellington.
Reportagem publicada no Jornal O SÃO PAULO edição 3072 7 a 13 de outubro de 2015
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