quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Diretamente do Rio Grande do Sul Tchê!

Cilto José Rosembach, 62 anos, natural de Campo Novo, Três Passos (RS). O gaúcho escolheu a Terra da Garoa pra ser sua moradia em 1979. Cilto trocou a vida na roça pelo sonho de viver na cidade grande. E na grande metrópole ele deu continuidade ao caminho sacerdotal.
Foi ordenado padre da Igreja Católica Apostólica Romana em 10 de dezembro de 1988. Seu lema sacerdotal é: "Na caminhada do povo a serviço do Reino de Deus". O religioso é formado em Filosofia, Teologia, Pedagogia, também é Radialista, Comunicador Popular e Mestrado em Comunicação e Semiótica. 

Como ele mesmo define, a comunicação já estava em suas veias. Em 1995 fundou a Rádio Comunitária Cantareira, e também o jornal e a Associação que levam o mesmo nome. Hoje o padre comunicador vive em Perus, na periferia da zona noroeste de São Paulo. Mas nunca esquece sua terra natal, o Rio Grande de Sul, e os seus costumes. Impossível não encontrar em sua casa um delicioso e quentinho chimarrão, bebida feita da erva-mate, típica da cultura do Sul do país.

Morangos do Nordeste

Acostumado a lidar com as plantações e a lavoura de Sergipe, Antonio do Bonfim Santos, 71 anos, trouxe esse costume para a terra da garoa.
Ele trocou Sergipe por São Paulo em 1968, quando tinha 22 anos.
Antonio tem como hobby plantar morangos em sua casa. Numa pequena laje, que já está quase toda tomada pelo verde, ele cultiva morangos para o seu consumo e de sua família.
E os morangos são famosos, ele conta que já deu vasos e mudas destes morangos para muitos amigos e familiares. E com todo capricho e zelo toma conta de seu jardim suspenso da zona leste.
Além de retirar as folhas secas, ele ara a terra e rega os morangos, ali no alto da laje, ele também cultiva alface, almeirão, pimenta, hortelã, erva-cidreira, boldo, puejo, atroveran e outras diversas ervas que servem para chás.
Não tem uma pessoa que o visite e que não fique encantada com a variedade e a beleza da natureza apresentada ali.
Segundo contou o plantador, tudo começou com um pequeno vaso de morangos que ele ganhou de um amigo padre. “Cuidei com todo carinho e com todo prazer que eu tinha, e ele foi ‘fiando, fiando’, crescendo cada vez mais e aumentando o número de vasos”. Nisso já se vão 7 ou 8 anos.
Saudosamente Antonio recorda que em Sergipe ele já gostava de plantar, apesar da falta de água que assolava a realidade daquele lugar.
Ele só lamenta de não conseguir mais carregar os baldes cheios de água para regar suas plantas.
É porque no fundo de sua casa ele tem uma nascente de água potável, resquício do tempo em que o bairro era também mais verde, passando seu muro onde antes havia um riacho hoje há um córrego, e as marcas da falta de cuidado com a natureza nas áreas urbanas.
Seu Antônio faz questão que sua horta seja orgânica a ponto de nem usar água da torneira, mas hoje, para subir os baldes para a laje, ele conta com a ajuda de sua esposa, que busca a água na fonte.
É que foi em 2016 que a vida pregou uma peça em Antonio, um problema no coração, que resultou em uma cirurgia cardíaca: duas pontes de safena e uma ponte mamária. “Foi um grande susto, pensei que não ia sobreviver, mas graças a Deus deu tudo certo e já me recuperei bem”.