terça-feira, 31 de julho de 2012

Projeto Gol da Conquista leva esperança aos jovens da periferia

"O Projeto Gol da Conquista já era um sonho do coração de Deus" , são as primeiras palavras de Sandro Gaúcho, em entrevista cedida na sede do projeto social Gol da Conquista, em Santo André, no sábado, 14 de julho de 2012.
A iniciativa é coordenada pelo ex-jogador de futebol Sandro Gaúcho, considerado um dos maiores ídolos do Santo André, time pelo qual marcou 58 gols. “Eu tinha no meu coração um desejo de fazer um trabalho social alinhado com a minha aposentadoria”, relata Sandro.
O trabalho começou em maio de 2011, com o apoio da Igreja Plenitude Cristã e de seus membros. Sandro procurou um campo que fosse adequado para iniciar o seu sonho. Por indicação de conhecidos, chegou até o clube da Associação Atlética Náutico, localizado no Parque Erasmo Assunção, região periférica de Santo André.
O diretor do Clube, Sérgio Antônio Perseguetti afirma que esta é uma parceria que deu certo. “Recebemos a ideia do projeto e vimos que era algo bom, de cunho social e sem fins lucrativos que visava principalmente afastar as crianças da violência e das drogas”, diz.
A base do projeto é a escolinha de futebol, que atende aproximadamente 180 crianças e jovens, de 5 a 18 anos. Os treinos acontecem aos sábados pela manhã. Frequentar a escola é o principal critério para participar do projeto. Os coordenadores acompanham de perto o desenvolvimento escolar da garotada.
Bruno Souza de Carvalho tem 17 anos e participa do Gol da Conquista desde o início. Ele conta que joga futebol desde pequeno e sonha em ser jogador profissional. “Com o projeto eu já consegui participar de peneiras em alguns clubes da região, isso para mim é muito importante, já é uma oportunidade”, relata confiante.
Enquanto isso não acontece, o jovem treina bastante, sem esquecer dos estudos. Aos finais de semana, também trabalha em um buffet. O Gol da Conquista já é reconhecido por sua contribuição ao desenvolvimento social da comunidade, pois o projeto não visa apenas o futebol, mas oferece às crianças e às suas famílias apoio social, cultural e psicológico.
Para as mães da comunidade são oferecidas aulas de artesanato, nas quais aprendem a fazer bordados, pedrarias e bijuterias. Elas vendem os produtos como forma de completar a renda mensal. Regina Aparecida Silva, que faz parte da equipe de coordenação do projeto, relata a importância destas aulas. “Temos aqui histórias de mulheres que se curaram de depressão depois que começaram a participar das aulas de artesanato”.
Dentro do projeto também há espaço para aulas de dança. Cerca de 30 meninas e meninos participam desta atividade. As aulas de informática e inglês estão suspensas por falta de voluntários e equipamentos, mas em um futuro próximo, a coordenação pretende retomar estas atividades junto com as aulas de reforço escolar.
O projeto não recebe nenhum tipo de apoio financeiro nem do Estado, nem da Prefeitura. Atualmente, eles sobrevivem das doações de empresas, políticos e de pessoas da sociedade civil.
Atualmente, o campo de futebol precisa de melhorias, pois grande parte do terreno é de barro e, quando chove muito, as crianças são impedidas de jogar.  É preciso também cercar o campo com alambrados, investir em uniformes, bolas e materiais. Tudo isso precisa de ajuda financeira.
Sandro Gaúcho é otimista ao falar do futuro. “Nosso desejo é que o Gol da Conquista cresça e que tenhamos parceiros fixos para poderemos atender a um número maior de crianças”, relata. Por enquanto, o projeto não está recebendo novas inscrições devido ao grande número de alunos atendidos.
" O nosso sonho é que o  projeto cresça ainda mais", encerra Sandro .


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